Era sábado, dia 15 de novembro de 2008. Decidi ir a São Carlos, interior do Estado, a fim de dar um presente de aniversário à minha sobrinha de 13 anos e também rever meu primo William, recentemente chegado de Manaus. Este primo é como se fosse um verdadeiro irmão para mim: jovem e grandalhão no auge de seus 26 anos, é um gigante branco de cabelos negros encaracolados. Conversador, bem-humorado e carismático, e tudo isso não por bajulação nem carência de atenção dos outros; trata-se de coisa autêntica que vem de dentro da alma dele, algo intrínseco. Realmente é difícil que alguém não simpatize com o meu primo logo de cara. Trata-se de alguém que ri com muita facilidade; são gargalhadas que às vezes pegam de surpresa devido ao baixo grau de risibilidade da piada ou da situação: um comentário um pouco mais irônico ou o jeito como falamos sobre qualquer coisa na frente dele, quase sempre são motivo suficiente para desencadear no William uma tempestade convulsionante de gargalhadas seguidas, as risadas tomando conta dele por completo, impedindo-o até mesmo de falar uma só palavra que seja quando se encontra nesse estado. O rapaz, não raro em situações como essas, nos faz crer que pode chegar a sufocar! Ora, e isso é contagiante, pois qualquer que estiver no mesmo ambiente com ele numa dessas situações, imediatamente se deixa levar pelo mesmo espírito de bom-humor e acaba se entregando a explosões de riso quase tão intensas quanto a dele pelo simples fato de vê-lo abrir-se a gargalhar naquele estado. É como uma reação em cadeia: chega-se ao ponto de estarem todos rindo ao redor, dominados que foram pelas insistentes e poderosas risadas do William. O próprio motivo inicial que deu ensejo à piada, a esta altura, já é totalmente ignorado e esquecido.
Combinamos que ele me apanharia na rodoviária da cidade. A caminho da casa de minha tia, paramos num boteco qualquer (daqueles sujos, azulejos quebrados e de péssimo acabamento, com umas poucas mesas plásticas e a maioria delas quebradas ou rachadas, e cadeiras metálicas dobráveis). A música era um sertanejo dos mais popularescos possíveis, falando de amor, paixão, infidelidade e assuntos próprios do gênero. Os demais freqüentadores, homens pançudos de meia-idade, mal amanhados e barba por fazer. Nada disso interessava: nosso negócio era parar em qualquer lugar onde houvesse cadeira e mesa e começarmos já a nossa celebração lá mesmo, em plena tarde do sábado.
Depois de umas cervejas, tocamos para a casa da minha tia, onde poderíamos tomar banho e pôr roupas mais apropriadas para o aniversário de minha sobrinha à noite. Presenteei-a com um urso de pelúcia comprado de última hora no shopping (posso crer que ela realmente apreciou o presente). Aproveitei para conversar com alguns parentes que há tempos eu não via.
Fomos até um night club chamado Café Cancun, bastante conhecido na cidade. Não gostamos nada do local: decoração interior caprichada, é verdade, mas um tanto desanimado e freqüentado por gente que parecia estar desfilando moda nos corredores de um shopping (aliás, diga-se aqui, o Cancun se localiza realmente dentro de um shopping!). Não agüentamos permanecer lá por mais que uma hora e meia, e saímos para o Banana Brasil, um local amplo, bem estruturado e divertido que visitáramos duas semanas atrás.
Dito e feito: o Banana, como da outra vez, repleto de gente interessante, mulheres bonitas e pessoas bem apresentadas que lá estavam para experimentar bons momentos de diversão. Ótimas bandas se apresentavam no palco, mas guardo boa lembrança especialmente da primeira: logo que pegamos a comanda e adentramos o ambiente tocavam o “Tropa de Elite”, do Tijuana. Sempre gostei dessa música nem tanto pela letra, mas pelo som dela em si. Acho que possui riffs bem contagiantes, e interessante também é a partitura do baixo. A banda mandou realmente bem, mostrava que estava perfeitamente ensaiada, a qualidade na execução das músicas era impecável. Outra música que me arrebatou foi “Other Side”, do Chili Peppers:
“How long how long will I slide
Separate my side I don’t
I don’t believe it’s bad”.
A platéia, toda ela empolgada, fazia coral com o vocalista durante praticamente a música inteira.
Eu localizava-me ora próximo ao bar, onde o William mais freqüentemente estava, ora ia à frente para poder curtir melhor o som das bandas. Numa dessas idas ao bar, já após várias cervejas ao longo do dia, vi que meu primo se havia enturmado com dois camaradas que conhecera ali mesmo. E ficamos nós lá, os quatro, encostados ao balcão continuando a tomar cerveja, apreciando o som e paquerando as belas garotas que nos passavam em frente. Em dado momento, por idéia sei lá de quem, resolvemos tomar umas tequilas. Eu sabia que tomar bebida destilada após estar cheio de fermentada (a cerveja), não era idéia das melhores. Porém, era noite de diversão e naquele momento não quis eu dar maiores preocupações a efeitos colaterais. Todos com umas pitadas de sal sobre a mão esquerda, gotinhas de limão espremidas em cima; uma grande lambida para sorver de uma só vez o sal e limão, o cálice com a bebida na mão direita e “Um, Dois, Três, Quatro!”, e lá iam as tequilas pra dentro de nós goela abaixo. A sensação era a de que tivéssemos engolido fogo. Algum tempo depois, lá vamos nós novamente. Mão esquerda, limão e sal, mão direita tequila e “Um, Dois, Três, Quatro!”. Animado pelas doses a mais, fui novamente à frente do palco para prestigiar a performance da banda, que àquelas alturas confesso não fazer mais a mínima idéia do que é que tocava. Era a maldita bebida já a postos em meu sangue e cérebro, não tardando a cobrar seu preço. Procurei meu primo por todo o clube, sem sucesso. Decidi pagar minha comanda nos caixas e sair dali a fim de respirar ar puro e, com alguma sorte, encontrar meu sumido primo me esperando do lado de fora, no gramado ou estacionamento.
Só então me dei conta de que estava passando mal, mal de verdade. Fui tomado pela ânsia, náusea e mal-estar que só quem já tomou um belo dum porre pode saber como é. Sentindo-me vencido diante de meus exageros alcoólicos, achei de bom alvitre deixar-me deitar expostamente no gramado, de barriga pra cima. Em minha cabeça, de tão alcoolizada àquela altura, já nem passava a lembrança de que estava à procura de meu primo. Decidi deitar num gramado a uns cinqüenta metros de uma viatura policial. Todos os policiais estavam a postos fora da viatura. Mesmo percebendo que conversavam descontraídos entre si, notei que se postavam naquele ponto em estado de alerta em relação ao ambiente; coisa própria da profissão. Para mim, antes tirar um cochilo na área aberta do gramado de frente para a viatura policial, que me enfiar escondido num lugar escuro qualquer, embriagado, naquele grande estacionamento.
Após sabe-se lá quanto tempo nesse sono ébrio, um segurança da casa, sujeito bem-vestido de terno, negro e calvo, foi dirigir-se a mim: “como é que vai aí, rapaz? O que é que você andou bebendo, amigo?”. Olhei nos seus olhos e mal consegui articular sílabas para responder-lhe. “Tome aqui, fique com esta garrafa d água. Pode beber tudo e você logo vai se sentir melhor”. Enquanto bebia, notei que os policiais já se recolhiam todos na viatura a fim de irem embora; realmente já se fazia tarde àquelas alturas. Os freqüentadores do Banana se encontravam também de saída, na parte externa e no estacionamento, no intuito de tomarem seu rumo de volta. A noite havia acabado.
Um outro segurança, também de terno azul, veio a mim e me ofereceu outra garrafa de água, recomendando-me também a tomá-la toda. Foi exatamente o que fiz, e percebi que começava a sentir-me um pouco melhor. O primeiro segurança, o negro, veio então conversar sobre o que me havia de melhor a fazer. Ainda grogue, mas já de pé e caminhando, expliquei-lhe que chegara ali com um primo, mas que àquelas alturas talvez esse primo já tivesse ido embora do local e voltado pra casa, ou quiçá tivesse arranjado mulher pra levar ao motel. Disse ainda que viéramos dirigindo um Honda Civic. O segurança pediu-me que aguardasse e se ausentou um pouco. Instantes depois, vejo-o andando rápido na minha direção e dizendo que havia encontrado um cara deitado dentro de um Civic, “pelo que você descreveu só pode ser seu primo!”. E era mesmo o William, todo esticadão na poltrona do Civic, atrás do volante, perdido num sono profundo. Aquelas tequilas... Agradeci o auxílio ao segurança, abri a porta do passageiro e imitei meu primo: espichei-me completamente na confortável poltrona daquele carro e me deixei levar por um sono artificial e pesado, causado pela indulgência no álcool.
Horas depois, já cedo pela manhã, abro os olhos e vejo que estamos estacionados bem em frente à casa de minha tia Teca, mãe do William, num tranqüilo bairro residencial em São Carlos. Meu primo ainda dorme como uma pedra sobre a poltrona do motorista; ouço o canto de passarinhos. O mal estar e a azia tomam conta de mim; parece que minha cabeça pesa uns vinte quilos em cima do meu pescoço. Pouco depois, já tínhamos tomado banho e vestíamos roupas limpas. Agora sim, finalmente nos despedíamos definitivamente da torpeza alcoólica que nos arrebatara durante o final da noite que tinha passado. Por volta das onze da manhã, fomos eu, meu primo e a Gabi, a prima mais jovem, até um posto de serviços na rodovia; lá todos nós comemos à vontade e pudemos nos fartar com um delicioso café da manhã.
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Terça-feira, dia 11 de novembro de 2008. Fui à primeira aula de inglês na Millennium, das sete e meia às oito e meia da manhã (matriculei-me para ter aulas de inglês e de alemão!). Antes da classe, porém, acertei o valor da mensalidade e preenchi os formulários de inscrição com a secretária, a Gisela, uma madura mulher portuguesa extremamente amável e simpática. E não posso reclamar da professora: inteligente, excelente condução das aulas; além, é claro, de ser uma linda loira sueca de apaixonantes olhos azuis. Interessante é a metodologia da Millennium no ensino de idiomas: abrange todo um conjunto de conhecimentos que eles chamam de Trilogia Analítica, que diz respeito à ciência, à metafísica e à filosofia. Nem preciso dizer aqui o quanto esse tipo de abordagem me agradou já logo de cara.
Pouco antes das nove da noite, aprontei-me para ir ao show de comédia que combinei de ir assistir com o pessoal do teatro (é, por incrível que pareça comecei a fazer aulas de teatro na segunda-feira!). Enquanto me vestia, passou-me pela cabeça a idéia de simplesmente não ir, pois o fato é que eu tive um dia um tanto exaustivo desde manhã cedo. No último momento, entretanto, decidi-me por estar presente ao encontro. Nós geminianos quase sempre somos assim, não é, Becca?
Considero-me numa fase em que uma de minhas principais metas é me socializar, ou seja, ser menos esse bicho-do-mato que me acostumei a ser durante a vida toda.
Anunciei-me na recepção como convidado do Rodrigo, colega do curso de teatro. Foi-me então permitida entrada grátis no evento; pagaria apenas aquilo que consumisse em bebida. Tive o grande prazer de reconhecer meus novos colegas já dentro do local, ocupando um conjunto de mesas que haviam sido dispostas lado a lado de modo a acomodar o grupo. Confesso que não lembro do nome de nenhum deles neste exato momento; quem me conhece, sabe que sou mais que péssimo quando se trata de relacionar nomes a pessoas. Mas sentei-me em frente a uma colega simpaticíssima, de pele cor de jambo, uma moça muito vivaz e alegre. Realmente um belo sorriso.
Os comediantes se apresentaram, e posso dizer que eu e minha turma demos lá nossas boas gargalhadas. Meus colegas despediram-se de mim em dado momento, pois que não poderiam permanecer até o final do show. Acho que estou começando da maneira certa dentro desse novo grupo social (e de amigos, por que não?). Permaneci até o fim e dei meus cordiais parabéns ao Rodrigo, que calorosamente me agradeceu a presença ali naquela noite.
Caminhei de volta pela Rua Dr. César, peguei o metrô Santana e voltei para casa.
Pouco antes das nove da noite, aprontei-me para ir ao show de comédia que combinei de ir assistir com o pessoal do teatro (é, por incrível que pareça comecei a fazer aulas de teatro na segunda-feira!). Enquanto me vestia, passou-me pela cabeça a idéia de simplesmente não ir, pois o fato é que eu tive um dia um tanto exaustivo desde manhã cedo. No último momento, entretanto, decidi-me por estar presente ao encontro. Nós geminianos quase sempre somos assim, não é, Becca?
Considero-me numa fase em que uma de minhas principais metas é me socializar, ou seja, ser menos esse bicho-do-mato que me acostumei a ser durante a vida toda.
Anunciei-me na recepção como convidado do Rodrigo, colega do curso de teatro. Foi-me então permitida entrada grátis no evento; pagaria apenas aquilo que consumisse em bebida. Tive o grande prazer de reconhecer meus novos colegas já dentro do local, ocupando um conjunto de mesas que haviam sido dispostas lado a lado de modo a acomodar o grupo. Confesso que não lembro do nome de nenhum deles neste exato momento; quem me conhece, sabe que sou mais que péssimo quando se trata de relacionar nomes a pessoas. Mas sentei-me em frente a uma colega simpaticíssima, de pele cor de jambo, uma moça muito vivaz e alegre. Realmente um belo sorriso.
Os comediantes se apresentaram, e posso dizer que eu e minha turma demos lá nossas boas gargalhadas. Meus colegas despediram-se de mim em dado momento, pois que não poderiam permanecer até o final do show. Acho que estou começando da maneira certa dentro desse novo grupo social (e de amigos, por que não?). Permaneci até o fim e dei meus cordiais parabéns ao Rodrigo, que calorosamente me agradeceu a presença ali naquela noite.
Caminhei de volta pela Rua Dr. César, peguei o metrô Santana e voltei para casa.
Domingo, dia 09 de novembro de 2008.Levantei da cama mais ou menos às dez da manhã (o despertador do celular começou a tocar às 9:20, mas preferi curtir o sono e a preguiça de levantar até as dez).Fui assistir a um pouco de TV, sendo que não consegui encontrar nada interessante por mais que trocasse de canal. A Sanny, uma amiga, ligou-me para acertar os detalhes do encontro que havíamos combinado para hoje no Shopping Tatuapé.Pus algumas roupas para lavar na máquina, parei um pouco para observar o estado geral aqui do apartamento: não está totalmente um caos, mas já é tempo de dar uma limpada de verdade aqui nessa joça!Resolvi ver com que roupa iria ao shopping hoje: decidi por uma calça cargo branca e uma blusa de poliéster de manga comprida (por fora, obviamente). Optei por calçar o sapato cano longo preto que raramente uso, um que parece uma bota (às vezes acho que ele é realmente uma bota, outras vezes acho que não!); só sei que ele não é muito confortável pra andar.A Helena me ligou nesse meio tempo (é uma amiga que mora próximo, no bairro; já faz um tempo que tivemos um namoro), perguntou-me se eu não gostaria de dar uma passada na casa dela a fim de almoçar. Aceitei a oferta, afinal, não tinha mesmo muita idéia do que iria comer no almoço. Estranhei um pouco o telefonema da Helena, já que ela está de namoro sério há mais ou menos um mês, passando os últimos finais de semana totalmente absorvida na relação e sem tempo pra mais ninguém e mais nada.O certo é que me aprontei, coloquei o perfume que comprei ontem num sex shop (disse-me o vendedor que tal perfume tem o poder de "atrair as mulheres pelo olfato" - coisa que, se for verdade mesmo, até que não é mau negócio pra mim, considerando-se que ultimamente não estou pegando mais nem resfriado!).Fui até à casa da Helena, almocei e conversamos um pouco. Falou-me que tinha muita coisa a fazer, provas pra corrigir, e por isso havia mandado o namorado embora mais cedo. Agradeci pela gentileza e despedi-me dela com um beijo no rosto. Na estação da Sé, tomei o metrô para o Shopping Tatuapé.Encontrei a Sanny no local combinado - próximo à loja Renner. Foi bom encontrá-la para conversar pessoalmente, pois há meses que eu e a Sanny nos falamos apenas por msn ou telefone.Tivemos altos papos sobre espiritualidade, religião e comportamento. Inteligente durante a conversa, ela mostrou que sabia muita coisa sobre a história da Bíblia e do Cristianismo, formação do Velho Testamento e as influências por conta do período do cativeiro de Israel na Babilônia. Todo esse nosso bate-papo teve lugar num silencioso e aconchegante "McCaffe" dentro do shopping. Demoramos pra achar um local bom como aquele para sentar e conversar; o Tatuapé, como sempre cheio de gente se apertando e falando alto por todo lado. Graças a Deus eu e a Sanny encontramos nosso refúgio ali no meio daquele caos!Apesar de criada como católica, ela tem freqüentado a "célula" de uma dessas igrejas renovadas (cujo nome não lembro agora). Por um lado, ela se identifica com as orações, crendo que se várias pessoas oram ao mesmo tempo e com um só objetivo, produz-se um fluxo de energia vibracional muito poderoso que realmente tem poder para operar transformadoramente no mundo físico. Nesse tipo de visão, obviamente, ela se encontra em discordância com a doutrina lá da igreja, pois é claro que qualquer cristão fundamentalista chamaria a orientação da Sanny de puro "New Age", ou de mentira do "Demian". Bem, quanto a mim, que fui criado debaixo da sombra do fundamentalismo cristão, estou muito mais alinhado com o pensamento da Sanny do que com a visão limitada do pessoal da igreja.Bem, mas esta foi apenas uma das poucas coisas que conversamos. Ela me falou também de um curso de PNL (Programação Neurolingüistica) que ocorre uma vez por mês na Alameda Santos, não muito longe daqui de casa. Sempre me interessei por PNL e, segundo o que ouvi dela hoje, parece um conhecimento em que vale mesmo a pena se aprofundar. Só achei salgado, um tanto difícil mesmo de encarar, o valor do curso. Estou indeciso ainda, mas existe a possibilidade de que eu resolva embarcar nessa (começa agora no fim de novembro).Despedi-me de minha recém-encontrada amiga e tomei o metrô de volta no rumo de casa. Liguei para a Helena e perguntei-lhe se não gostaria de acompanhar-me à igreja presbiteriana hoje, onde haveria um concerto de música barroca no órgão de tubos (eu adoro o som grave daquele enorme órgão, é como se cada célula do meu corpo tremesse sob o efeito da freqüência baixíssima e intensa do som!). Ela me agradeceu o convite, dizendo que o namorado havia voltado e que estavam assistindo juntos a um filme.Como já era um pouco tarde, percebi que chegaria atrasado para o concerto. Voltei pra casa.Conforme tenho feito ao longo da última semana, levantei uns pesos e fiz alguns exercícios a fim de combater um sedentarismo que já tem durado alguns meses. Continuando nesse pique, ou seja, mantendo a prática com os pesos e as barras aqui mesmo em casa durante as próximas semanas, vou levar a coisa dos exercícios mais a fundo e me matricularei definitivamente numa academia. Mas, primeiro, é preciso ver se me disciplino por aqui mesmo sozinho. Não adianta ir amanhã à academia, pagar matrícula, ir malhar duas ou três vezes e depois desistir.Aproveitei pra dar mais uma alavancadinha no meu pobre alemão, estudando mais uma lição do "Deutsche Warum Nicht", gratuitamente pela internet. Andei pesquisando o site da escola Millennium, e estou amadurecendo planos de iniciar estudos das línguas inglesa e alemã naquela instituição. A Rebecca, uma das melhores amigas que eu tenho (e que agora mora em Beijing), me disse outro dia que já havia feito cursos na Millennium. Ela recomendou, como uma boa escola.Agora, vou ler mais um capítulo do livro de Dostoiévski, "Recordações da Casa dos Mortos". Muito bom: trata-se da história de um condenado a trabalhos forçados na Sibéria no século dezenove; sendo um pouco autobiográfico, pois o próprio Dostoiévski, apesar de escritor, passou um bom tempo da vida dele "curtindo" um período de aprisionamento nos presídios da Sibéria.Eu gosto de tudo o que é do Dostoiévsky; na verdade, acho que gosto de tudo o que é russo. Os escritores russos têm uma maneira bem peculiar, fria e crua de expor as realidades, as maldades e os dilemas que acontecem na vida do ser humano. Falando nos russos, não posso deixar de comentar que adoro o jeito como eles lidam com seqüestros, terrorismos, chantagens etc. Lembro que há uns anos uns terroristas chechenos invadiram, cheios de bombas e armas pesadas, uma sala de teatro lotada em Moscou. O camarada Vladmir Putin, presidente russo na época, ordenou que lançassem um gás venenoso ou algo assim pelos dutos de ventilação do teatro. Em seguida, a polícia russa "delicadamente" invadiu o local e passou fogo em tudo que era terrorista, sem dó nem piedade (como deve ser!). Claro que um monte de refém também morreu nessa história, e ficou tudo por isso mesmo. A operação foi um sucesso. Agora, os chechenos pensam dez vezes antes de aprontarem outra dessas no terreiro dos russos. Quem dera um dia as autoridades brasileiras aprendessem a lidar com bandidos à maneira russa. Mas acho que aí já seria pedir demais de um paizeco demagogo como este nosso aqui...
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